Sunday, 12 May 2013

The Coffee Vending Machine - a love story on democracy and hot drinks

There was a time, long ago, where countries were ruled by a person, a family or simply an elite. Then, extreme militancy made the democratic reforms pass, in the name of a better society, by having a larger number of its members participating in the the public debate. With the following story, I'm aiming a critique to the ones who believe voting (by universal suffrage, or by any other) is the best way to solve social/economic problems in a free society.

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Imagine a multi-button coffee vending machine with the following drinks: (A)Black Coffee, (B)Decaf, (C)Hot Chocolate, (D)Cappuccino, (E)Tea and (F)Milk. Now, usually you go to the machine, put the money in, very likely you get the satisfaction you paid for. However, this will be a different case:
Imagine there's only one coffee vending machine in your country (could be in your state/province or even in your town). Now someone suggests and "everybody" agrees that, to be fair, we should vote on the drink we enjoy the most in order to elect the country's official drink. 
Imagine an "election" was held, and the results were presented to the public:

(A)Black Coffee       52%
(B)Decaf                  19%
(C)Hot Chocolate       7%
(D)Cappuccino         11%
(E)Tea                         6%
(F)Milk                        5%

Now, it is clear that (A)Black Coffee won this election by having over 50% of the votes. From now on, there will be only one available drink in the coffee machine for the next (lets say) 4 years, when another election will be held.

Where the problems start:
A citizen who just happens to like hot chocolate (exclusively), now will have to drink black coffee if he wants to have a hot drink at all. This may also happen to the Decaf lover or the Cappuccino girl, or lets say someone has an health issue with having coffee, now his/her economic and social freedoms have been severely limited.

But isn't democracy imperfect but the best we have today? - Well, if the machine were to be operated solely by market forces and individual free will, i.e. not being controlled by a third party (be it a king, dictator or majority rule), wouldn't it be much fairer and efficient?  

You say that this machine is a bad metaphor when compared with our society? Do you claim that society is much more complex and there are variables that can't be represented in this particular example? - Sorry, but if there are too many variables that you can't fully understand them, then why should you be in favor of creating an authority (that physically does not exist, but intervenes) which claims it can solve social and economic problems by being coercive and fail consecutively in solving those same problems? Besides, the drink that gets elected will never fully represent your true taste (unless it's your own drink) and you'll end up spending your life trying to persuade (eventually coercing) people that like tea to drink a latte and to love it even more.

Wednesday, 8 May 2013

Comentário Político - A Europa e o Caos


A Europa, não raras vezes apelidada de “Velho Continente”, é, por definição, diversa, seja a nível étnico-linguístico, seja em termos culturais, sociais e históricos, e ainda nas diferenças a nível político e no modelo económico, embora algumas as diferenças tenham a tendência para se esbater, existe ainda uma enorme dicotomia Norte-Sul, sendo que no caso do Sul, em que nos inserimos, muitas vezes se torna mais fácil criar afinidades com pessoas da América do Sul ou mesmo de África, devido a certas semelhanças socioculturais.

A Europa revela uma tendência para reagir às crises com integração e porventura, alargamentos, verificamos que mesmo num período conturbado em que se questiona a existência da União a curto-médio prazo, a Croácia irá juntar-se à União a partir do dia 1 de Julho de 2013, a meu ver, é um indicativo de que uma desagregação não está nos planos da Europa, ou, sendo mais conciso, do principal país decisor, a Alemanha, que se mantém à tona de todo o caos em voga um pouco por todo o continente mas mais concretamente no Sul, exibindo ares de alguma “falsa inocência”, a própria União tem responsabilidades na crise atualmente vivida, sem descurar obviamente os erros de cada país e a corrupção sistemática nos mesmos, pois torna-se fácil recordar a Política Agrícola Comum, PAC, e a política das pescas, em que países como Portugal foram “subsidiados” para reduzir a sua produção a níveis baixíssimos, o que obviamente leva a um decréscimo na produtividade, a aplicação de modelos uniformes a países com inúmeras diferenças a todos os níveis, mas neste caso concreto, económicas, torna-se ruinosa.

Pegando no período entre 1989 e 1991, fértil em revoluções políticas, o colapso de URSS e a queda do muro de Berlim, no meio de toda esta incerteza a Comunidade Europeia avançou para um processo de integração e assinou ainda o tratado de Maastricht, maior integração poderá significar maior interdependência, porém, o grau de dependência difere drasticamente consoante os estados-membros. A ideia muitas vezes preconizada de “prosperidade comum” torna-se bastante questionável quando existe no seio da União um cariz de decisões no limiar do totalitário, novamente com a Alemanha a assumir o seu leme, os interesses da União parece não raras vezes indissociáveis dos interesses alemães.

Os autores do documento elogiam o cariz democrático da União e a sua “causa”, exaltando a união de países que tinham acabado de sair de uma guerra mundial, não só aqui mas noutros aspetos é possível estabelecer-se uma comparação com a URSS, podemos destacar também a nacionalidade “europeísta”, basicamente promover o esquecimento de tradições, costumes e nacionalidades, o que é, no fundo, o que Bruxelas mostra tenções de fazer, a expansão é outro fator comum, a URSS expandiu-se para continuar a existir, a União parece querer fazer o mesmo. A “democracia” de fachada parece me também outro dos paralelismos, a URSS possuía também uma espécie de parlamento, o soviete supremo, onde eram aprovadas sem grande cerimónia todas as decisões, quando comparado com o Parlamento Europeu, torna-se difícil vislumbrar alguma tomada de decisão muito significativa, isto leva-nos a um outro tipo de “gulag”, o que promove o “politicamente correto”, um processo de diluir opiniões até que se forme um “populismo saudável” com base num conceito vazio e questionável como a “moderação”, qualquer opinião fora deste espectro deve ser silenciada.

A mesma “liberdade” idealizada no modelo europeu encontra-se agora em sério risco, e adensa-se ainda mais esta ideia ao contemplar planos de austeridade draconiana impostos externamente, que não só ameaçam a soberania de cada país como a atropelam, da mesma maneira que declarações como a da Chanceler alemã, Angela Merkel, que referiu que os países devem ser “Obrigados a cumprir” os programas, e mais recentemente, que deveriam “abdicar da sua soberania”, indago-me de que soberania estará a líder de facto da União a referir, dada a escassez da mesma, ou mesmo as declarações mais antigas de dois políticos alemães, importantes membros do político CDU, de Merkel, que sugeriu que a Grécia deveria “vender ilhas para evitar a bancarrota, ou mesmo a Acrópole e o Pártenon”. Quando declarações desta estirpe são apenas repudiadas pelo povo grego, e não do seu governo, ou do governo de qualquer outro estado membro, penso que é o momento ideal para finalmente retirar a máscara dos valores da “democracia”.

A referência feita a valores perdidos e a defeitos que ressurgem, feita pelos autores, tem tanto de prosaico como de romântico, sendo certo que existem concretamente valores positivos e negativos, o correto e o errado, torna-se bizarro e hipócrita deificar a Grécia clássica, Roma, na forma do Império Romano, e Jerusalém, sendo que podemos atribuir a cada uma delas, respetivamente, mas não só, a escravatura, o imperialismo, e a expropriação, perseguição e isolamento de uma nação e de um povo, sob a égide de valores ocidentais como a “moderação” e o “politicamente correto”, apresentando-se a tese sem propor a antítese, a síntese, sua superação, é inexistente, isto na dialética hegeliana.

Os autores defendem ferreamente a união política, segundo eles, uma moeda comum só será viável se a federação for uma realidade, citam os tratados europeus como uma dos fatores que levam á obrigatoriedade de uma união política, em que não haveria um “abandono de competências dos estados nacionais”, tendo em conta que cada vez existem menos competências exclusivas aos estados e mais diretrizes e imposições legais da EU, torna-se difícil vislumbrar uma união política em que existam sequer competências exclusivas a cada estado que sejam relevantes, e aqui se estabelece outro ponto em comum com a URSS, a coação, num caso através da ocupação militar, no outro, por constrangimentos económicos e terrorismo financeiro.

Outro dos argumentos a favor da integração é o de que a Europa se desmoronaria numa difusão de “precariedade, desemprego, regressão social, miséria”, pergunto me em que iria diferir em países como Portugal e Grécia, em que todos estes fatores parecem já algo implícito, destaque-se a opinião de que “já não existe outra opção: ou a união política ou a morte”, uma sentença proferida sem qualquer argumento substancial, que não a repetição incessante de slogans de “solidificação”, “integração”, “cooperação”, “solidariedade”, no fundo, palavras opacas, quando não estão presentes medidas concretas para as sustentar. 

Concordarei, no entanto, que o modelo europeu atual falhou. Pode ser comparado a um doente em estado terminal a quem se continua a administrar morfina, não deixa de ser no entanto redutor que apenas se considere apenas uma via para o sucesso da Europa, sendo importante destacar que o sucesso da Europa nem sempre significa o sucesso de todos os seus estados membros, e mais importante, a que custo?

Não descurando as suas presumíveis e legítimas boas intenções, verificamos a típica linha de pensamento dos intelectuais, arrogando-se no direito de saber mais sobre os indivíduos do que eles próprios, desconhecimento sobre o “mundo real” e os processos de mercado, deificação ou crítica fácil, julgando-se moral e intelectualmente acima de tudo e de todos.

Por cada ditador da história, por cada Hitler ou Estaline esteve sempre presente um conjunto de intelectuais que legitimava a sua atuação do ponto de vista cultural, ideológico e filosófico. As massas terão tendência para exaltar textos deste cariz como sendo verdades absolutas e inquestionáveis, neste sentido, terminarei citando o escritor turco Mehmet Murat Ildan :

“A frase “Sabedoria das massas” não está presente na história, pois a sabedoria não é suficientemente abundante para formar massas.”

Friday, 3 May 2013

Stoicism - The Philosophy of a freed slave and a Roman emperor

“A Stoic is someone who transforms fear into prudence, pain into transformation, mistakes into initiation, and desire into undertaking.” 


It has been said that the Stoic Philosophy first showed it's real value when it passed from Greece to Rome. The doctrine of Zeno of Citium and his successors were well suited to the gravity and practical good sense of the Romans . 

In the wretched times from the death of Augustus to the murder of Domitian, there was nothing but the Stoic philosophy which could console and support the followers  of the old religion under imperial tyranny and amidst general corruption.

The two best expounders of the later Stoical philosophy were a Greek freed slave and a Roman emperor.  Epictetus, a Phrygian Greek, was brought to Rome, we know not how, but he was a slave and afterwards a freedman of an unworthy master. Epaphroditus by name, himself a freedman and a favourite of Nero. 

Marcus Aurelius Antoninus, the author of "Meditations", Roman emperor from 161 to 180 AD and the last of the Five Good Emperors, Nerva, Trajan, Hadrian, Antoninus Pius  and Marcus Aurelius Antoninus, this term was coined by Machiavelli in 1503 in his Discourses . Even though Antoninus based himself almost entirely in Epictetus, their method is completely different. Epictetus adressed himself to his hearers in a continuous manner. Antoninus wrote down his reflection for his own use only,  in short unconnected paragraphs which are often obscure. 

“If you are distressed by anything external, the pain is not due to the thing itself, but to your estimate of it; and this you have the power to revoke at any moment.” 
― Marcus AureliusMeditations


The Stoics made three divisions of philosophy, Physic, καθάρσιο, Ethic, ηθική, Logic, λογική. This division, we are told by Diogenes, was made by Zeno of Citium, the founder of the Stoic sect, and by Chrysippus, but these philosophers placed the three divisions in the following order: Logic, Physic, Ethic. It appears however, that this division was made before Zeno's time and acknowledged by Plato, as Cicero remarks. Logic is not synonymous with our term of Logic in the narrower sense of the word.

In the midst of  war, pestilence, conspiracy, general corruption and with the height of so unwieldy an empire upon him, we may easily comprehend that Antoninus often had need of all his fortitude to support him. The best and the bravest men have moments of doubt and of weakness, but if they are the best and the bravest, they rise again from their depression by recurring to first principles, as Antoninus does. He constantly recurs to his fundamental principle that the universe is wisely ordered, that every man is a part of it and must conform to that order which he cannot change, that whatever the Deity has done is good, that all mankind are a man's brethren, that he must love and cherish them and try to make them better, even those who would do him harm. This is his conclusion.

"What then is that which is able to conduct a man? One thing and one thing only, Philosophy. But this consists in keeping the divinity within a man free from violence and unharmed,  superior to pains and pleasures, doing nothing without a purpose nor yet falsely and with hypocrisy, not feeling the need of another man's doing  or not doing anything; and besides, accepting all that happens and all that is allotted  as coming from thence, wherever it is, from whence he himself came; and, finally, waiting for death with a cheerful mind as being nothing else than a dissolution of the element of which every living being is compounded. But if there is no harm in the elements themselves in each continually changing into another, why should a man have any apprehension about the change and dissolution of all elements? For it is according to nature, and nothing is evil that is according to nature."